quarta-feira, 5 de maio de 2010

Capitalismo, uma história de amor


O que dizer sobre o novo filme do Michael Moore? Muito bom! Eu particularmente gostei do todos que vi, em especial do “Tiros em Columbine”. É o tipo de filme que gosto de assistir mais vezes, anotando coisas, refletindo... Cada cena que eu via, mais outras mil me passavam à cabeça.

Quando, junto de mais dois amigos do MST, me desafiei a realizar um documentário sobre a urbanização, isso nos exigiu estudar onde tudo isso começou... E não foi fácil imaginar isso. Na tentativa de tentar entender, e mais do que isso, tentar ser entendido, fomos na São Bento perguntar para as pessoas que passavam se elas sabiam o que era capitalismo e se achavam que era uma coisa boa. A maioria acha que é. Que existe um capitalismo bom e outro ruim. O que faz as pessoas passarem fome é o ruim, o bom capitalismo é aplicado na Europa... A mídia cumpre muito bem o seu papel.

O capitalismo é um só. Ele destrói, explora, mata... Tudo em nome do acúmulo para poucos. Não consigo ter vergonha de articular bem as palavras para dizer que este sistema já se mostrou incapaz de atender às necessidades mais básicas dos seres humanos, manter viva a natureza e viver em harmonia com o mundo.

Voltando ao filme... Michael Moore tem um estilo único e muita cara de pau (quem dera eu com a cara de pau dele). Ele nunca se posicionou como o dono da verdade e se colocou inúmeras vezes, mesmo como um personagem, como um cara que não entende tudo da vida. Afinal de contas, está cada vez mais difícil entender este mundo de hoje onde os valores estão todos invertidos.

Moore é um estadunidense, e tem muito orgulho disso. Cresceu numa pequena cidade de Michigan chamada Flint e cresceu como todo muleque da classe trabalhadora na cidade. Uma cidade basicamente industrial. Como ele mesmo diz no filme, se capitalismo era aquilo que ele vivia, ele estava muito feliz, pois tinha acesso à cultura, à comida, à uma família, etc. O recorte que ele faz nos seus filmes é este: de uma parcela da sociedade classe média, que trabalhou anos para atingir um determinado padrão de vida e hoje se vê diante dos perigos do capital de perderem tudo. E ele faz este recorte porque este é o seu público. Também...

Está muito presente neste filme a crise econômica do ano passado. Famílias sendo obrigadas a deixarem suas casas, falcatruas de parlamentares e enormes empresas para salvarem seus lucros e, é claro, mostrando que quem manda nas relações estabelecidas hoje no mundo é o dinheiro, o Wall Street. Onde será que isso vai dar?

Assistam ao filme, reproduzam cópias, divulguem. Ser crítico é um exercício. A arte é transformadora!

Clique AQUI para fazer o download.

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