domingo, 18 de setembro de 2011

Olha a Cutrale ae


A Cutrale foi denunciada pelo Ministério do Trabalho por uso 'inadequado' de mão de obra. Aquela mesma Cutrale que foi palco de uma ocupação do MST que gerou polêmica na imprensa e sociedade. Aquela mesma Cutrale que se utiliza de terra pública da União, desde 1909, segundo informações do próprio Incra. Isso é grilagem de terra.
Vamos conhecendo melhor uma das maiores empresas no Brasil e que muitos defendem e poucos conhecem.



Fiscais apontam trabalhador em condição irregular

F0lha de S. Paulo - 16/09

DE RIBEIRÃO PRETO - A Cutrale, uma das maiores produtoras de suco de laranja do mundo, foi flagrada com 62 trabalhadores rurais em condições irregulares de trabalho em Itatinga (SP). Ao menos 32 deles viviam em alojamento inadequado.

A denúncia foi feita ao Ministério do Trabalho que, em conjunto com o Ministério Público do Trabalho em Bauru (SP), realizou a fiscalização. O Ministério Público afirmou que representantes da Cutrale se comprometeram a indenizar os colhedores e a providenciar o seu retorno para o local de origem.

Em nota, a empresa disse que pagará os direitos previstos em lei e que seus trabalhadores têm registro em carteira.



O mundo do trabalho semi-escravo da Cutrale
15 de setembro de 2011

Da Página do MST

Atraso nos recebimentos dos salários, um banheiro para mais de 20 pessoas nos alojamentos, buracos na terra coberto por lonas na colheita servindo como vasos sanitário, pressão para que os trabalhadores pessam demissão. Eis o mundo do trabalho na Cutrale. Desde o final do mês de agosto deste ano, 32 trabalhadores vindos do estado do Maranhão, com a finalidade de trabalharem na colheita de laranja da empresa Cutrale, em Itatinga, São Paulo, viviam em condições precárias, segundo apurou a reportagem da TV Tem.

Além das péssimas condições de trabalho e dos alojamentos, os trabalhadores também reclamavam do alto preço das marmitas, que segundo eles, deveria ser R$1,25 por marmita oferecida, conforme o combinado prévio que tinham feito com a empresa. Ao chegarem, no entanto, se deparam com o valor de R$ 12,00 por dia.

Na visão do procurador da Justiça do Trabalho, Marcus Vinicius Gonçalves, os trabalhadores foram aliciados pela Cutrale. “Existe todo um procedimento para você trazer um trabalhador de outro estado (...) e a forma como isso está sendo feita é totalmente ilícita,” coloca o procurador. Os dez trabalhadores que resolveram voltar para o estado de origem tiveram que pegar empréstimos bancários para pagarem as passagens de volta. Os que sobraram, somente conseguiram resolver suas situações após a intervenção de procuradores do Ministério Público do Trabalho. A ida desses procuradores ao local, obrigou a empresa a se comprometer em rescindir o contrato de trabalho, pagar os benefícios que faltavam e os enviar novamente para o Maranhão.


Cutrale mantinha 32 trabalhadores em regime de escravidão
Da Radioagência NP

A maior produtora de suco de laranja do mundo, a empresa Sucocítrico Cutrale, mantinha 32 funcionários em condições precárias de trabalho em sua unidade do município de Itatinga (SP), interior do estado de São Paulo. Os próprios trabalhadores, que atuavam na colheita de laranja, denunciaram a situação ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

Na manhã desta quarta-feira (14), ao chegar no local, a fiscalização constatou que os 32 habitavam uma única residência. Ela estava em péssimas condições de higiene e conforto, sem existência de vestiários, cozinha, ventilação e iluminação adequada. Além disso, pagavam R$ 24 por dia pela alimentação e recebiam salários de apenas R$ 620.

Os trabalhadores, que vieram dos estados de Sergipe e Maranhão, chegaram em setembro na região, já endividados pelas despesas de transporte e alimentação. De acordo com o procurador da Justiça do Trabalho, Luis Henrique Rafael, a Cutrale é responsável por toda a situação.

“Quando ela faz a contração de trabalhadores de outros estados, existe uma instrução normativa do Ministério do Trabalho obrigando que o registro da carteira seja feito no estado de origem do funcionário. Isso garante que os trabalhadores, durante a viagem, sejam protegidos pelo contrato de trabalho e tenham benefícios se acontecer algum acidente. Porém, ela aceitou essa situação e não fiscalizou. Por isso, é responsável pelas condições degradantes do alojamento.”

Após o flagrante, a empresa se comprometeu a indenizar os trabalhadores. Eles retornarão aos seus estados e receberão as verbas decorrentes da rescisão do contrato de trabalho.

A empresa Cutrale sofre processo na Justiça por ocupar, ilegalmente, 2,6 mil hectares de terras da União no município de Iaras (SP), também no interior de São Paulo.

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