segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

As diferenças...

Diferenças. Sempre quando converso com amigos sobre a vida, sobre o rap, que acaba sendo a nossa vida também, a pauta 'diferenças vem' à tona. Sempre acreditei que ter diferenças não fosse mal algum, tanto no campo da política, quanto no campo da arte, do trabalho, da família, dos amigos... O que demonstra a nossa capacidade maior de amar e compreender é a maneira que lidamos com estas diferenças. Obviamente, diriam muitos e eu concordo, na luta de classes apenas uma diferença pode ser crucial para nos colocar em fronts opostos. Mas eu estou falando da diferença no mesmo front. O famoso fogo amigo. Assim como lidar com adversidades, que sempre acontecem com qualquer um, mostram muito da capacidade, seja profissional ou emocional da pessoa, lidar com as diferenças, que também sempre irão existir, demonstra igual.

As diferenças que são da arte, do gosto pessoal, da escolha de palavras... Estas devem ser respeitadas, jamais crucificadas. Numa escola isso teria o nome de bullying, no meio artístico, para alguns, vira ibope, para outros piadas, boicotes, gelos... Aí não.

E não quero convencer ninguém do certo, do errado, evito dicotomias, e este tipo de separação entre homem de bem e do mal é coisa de dominação ideológica. Muito menos tenho vontade de apontar o dedo para alguém. Quando falo tudo isso também olho para mim. É sempre bom olhar pra nós mesmos, mas não somente, sem achar que o mundo é nosso umbigo.

E quando tratamos de ideias, trampos coletivos, a questão das diferenças ficam ainda mais aguçadas. E podem acreditar, elas enriquecem os trabalhos. Quando todos acreditamos na mesma fita e juntos estamos fazendo algo, entendendo, debatendo, discutindo e muitas vezes brigando, mas incorporando as diferenças, politizando os debates, qualificando os argumentos, tudo fica tão mais forte e rico. Mas não.... Prefiro não escutar, não dar a chance, fazer chacota. Assim se constrói uma hegemonia num mundo capitalista!

E quem quiser ficar desvendando segredos, elocubrando, apontando o dedo, sintam-se à vontade. Aprendi, "quer fazer tal coisa, arque com as suas consequencias" e assim cresci. Quando fazia merda, aguentava a ressaca, moral também. Portanto, fazer tal coisa, é falar tal coisa e até pensar tal coisa.

Fortalecer é acreditar, e a gente também pode acreditar nas diferenças como algo maior que nós, que nosso ego. Vejo pessoas se matando por simplesmente terem outro time, ou sendo mortas por serem homosexuais, negros, gordos, magros, feios, bonitos, com espinhas, sem espinhas, brancos comunistas.... Por pensarem diferente. Pensarem diferente e serem diferentes.

Tenho meu gosto musical. Gosto de me vestir de um jeito, de ler algumas coisas, gibis, assistir determinados filmes, seriados (curto tb), e espero ter vencido certos tipos de preconceitos no decorrer da minha trajetória (que é bem curtinha tá?!, mas que já me ensinou muitas coisas!), e não espero que todos curtam as mesmas coisas, mas respeito é fundamental!

Em meio aos devaneios de mais uma madruga, reflexão de ano novo e a certeza de que o tempo passa, a gente aprende (ou ao menos tenta) e que tem tanto ainda pela frente! E mais, tenho repetido, se no meio do caminho encontramos adversidades e diferenças, encontramos amig@s, parceir@s, ideias, viagens.... Seguimos!

Obs: Esta foto tirei na casa da mãe do Crônica. As mães, gatinha Miani e a Fofinha, cuidando dos filhotes, independente....

Um comentário:

  1. Nina, nesse curto período de tempo que te conheço, pude aprender muito contigo também.
    Indpendente dos nosso gostos, que vão do comum ao super diferente, vc me ensina muito como jornalista, amiga, mulher no meio do hip-hop, escritora e principalmente, fotógrafa.
    Gosto de somar e caminhar ao lado de pessoas como você.
    Adorei nosso encontro no sábado.
    beijão, se cuida
    Jéssica "não dorme nunca" Balbino

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