sexta-feira, 19 de março de 2010

Coral PS22

Emocionante! O que mais me impressionou foi a entrega da gurizada para a música. E dança, gesticula, faz careta. Além da qualidade do coral, é claro!
E eles cantam músicas não muito comuns em corais. Tem Jay-Z E Alicia Keys, Lady Gaga, Coldplay e até a música do Rocky, Eye of the Tiger.


segunda-feira, 15 de março de 2010

Vídeo Sem Terrinha - Marcha SP - 2009

Seguindo o clima dos Sem Terrinha, depois de postar o Jornal das Crianças Sem Terrinha, socializo aqui um vídeo produzido pelo coletivo de comunicação da Marcha Estadual do MST e pelos próprios Sem Terrinha, em agosto de 2009.

Em uma das manhãs de atividades com as crianças, enquanto os seus pais marcham, a Ciranda se organiza para cuidar da mulekada. Nesta manhã, a gente deixava uma camêra na mão deles, separados por faixas etárias (senão ia virar uma bagunça!), para que cada grupo pudesse conhecer a camêra e brincar um pouquinho. Enquanto isso, um de nós explicava para eles a atividade que pretendia fazer com que eles mostrassem para os marchantes as atividades da marcha e outro filmava. Com o pouco tempo de edição, que foi na parte da tarde, exibimos o vídeo na noite para todos os presentes. Segue abaixo. Uma produção SEM TERRINHA!!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Jornal das Crianças Sem Terrinha - PDF

Como havia falado em post enterior, em que apresentava o texto sobre gênero para as crianças Sem Terrinha, deixo aqui agora o PDF do jornal por completo. Com direito às ilustrações do texto, editorial e brincadeira.

A proposta do Jornal é servir também de subsídio aos educadores que atuam nas escolas em aampamentos e assentamentos do MST. A tarefa é difícil, pois contemplar os temas que propomos em pouco espaço, considerando todas as faixas etárias... vô falar...

Mas acredito que temos cumprido com a missão. Não de dar respostas, pois não é pretensão nossa fazer isso, mas sim de instigar debates, abrir o espaço para a produção e diálogo dos próprios Sem Terrinha. Os limites são diversos, avançamos bastante nestes quase três anos de Jornal, mas ainda há muito o que fazer. Com e para os Sem Terrinha! Mãos à obra!

Baixe o arquivo AQUI.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Compartilhar...




Doroty Marques - Se Arreunir.

Toda vez que eu ouço esta música (baixe no link acima) , meu sentimento vai onde minha consciência não vai em mim. Ela explora cada textura, cheiro e cor que não consigo explicar... Me faz lembrar bons momentos de partilha, de camaradagem, marchas. Gestos simples. Comida, banhos, sol, trilhas.

Saber que as estradas da vida nos levam à caminhos nem sempre imaginados, e que talvez, aqueles imaginados nem existam... E que mesmo que a gente pense que não vive numa guerra, várias facetas da guerra se manifestam em diversos cantos deste planeta. Mais perto do que a gente imagina. Mas isso não deve nos trazer nenhum sentimento de culpa. Culpa é um sentimento muito cristão para ter alguma coisa a ver com o que eu estou falando. Vai mais além. Perfura o superficial, e por sua profundidade, fica tão difícil explicar. Sinta...

Lembro que a primeira vez que ouvi esta música foi em uma mística. Com toda a mística necessária... A mudança começa em nós. Mudar o mundo será inexplicável. Entendê-lo vai envolver a razão, mas com certeza, mudá-lo envolverá bem mais que isso.

Mas quem eu sou para falar de revolução? Apenas sei que não quero um mundo predatório. Quero que toda VIDA seja respeitada. Nomes não me dirão nada. Dê o nome que preferir... Eu chamo de Socialismo. No sentido mais cru da palavra, no compartilhar, das relações que a gente contrói...

Enfim, cada dia que passa acredito mais no poder transformador da arte, em suas diversas manifestações. Façamos arte, sejamos loucos!

Não expliquei nada, vou ouvir mais uma vez a música...

sexta-feira, 5 de março de 2010

Monty Python - A Inquisição Espanhola

Para quem curte o humor de Monty Python, segue um video que mostra umas aparições da Inquisição Espanhola em meio à algumas cenas do programa de TV chamado Monty Python's Flying Circus. O primeiro episódio foi ao ar pela primeira vez, na tv britânica BBC, em outubro de 1969. 69!

Depois destes programas, fizeram filmes com o mesmo estilo de comédia, que chamam de non-sense e inspirou comediantes em todo o mundo. O primeiro deles foi Monty Python e o Santo Graal, que ironiza a história dos Cavaleiros da Távola Redonda; depois o A vida de Brian (que eu particurmente adoro), que conta a história de um cara que nasceu no mesmo dia, hora e ao lado da manjedoura do menino Jesus e assim é confundido com o messias; e O Sentido da Vida, que apresenta momentos bons, mas é o que eu menos gosto dos três.

Enfim, para quem gosta de fuçar muito no youtube, tem muita coisa do Monty Python legendada. Fica aí a indicação.

terça-feira, 2 de março de 2010

Um lugarzinho especial

O tema gênero vem me rendendo vários problemas...kkk. Toda vez que me coloco em um debate, muitas pessoas me jogam pedras. Por que? Porque acredito, e defendo, que discutir gênero não é discutir a mulher somente, ainda mais somente com mulheres. Ação de mulheres é diferente de debates de mulheres. Os homens devem sim participar destes debates. Afinal de contas, ninguém vai fazer a revolução sozinha. "Ação, senão revolução acaba em moda!" Já diria GOG.

Mas este meu breve desabafo não é o principal motivo deste post. O que quero socializar neste espaço desta vez é que ganhei a tarefa (dificílima) de tratar a questão de gênero para as crianças Sem Terrinha. Me desafiei a fazer o texto, baseando-me em nosso debate coletivo. Falamos de cores, futebol, e diferenças. Tratar as diferenças para, a partir daí, construir nossa igualdade. Somos sim diferentes, mas sempre iguais! Isso mesmo! É claro que para o espaço que temos no Jornal e pelo próprio meio, o texto não se propõe a responder perguntas ou aprofundar debates, mas sim levantar questões que permitam ao educador trabalhar este tema. Inclusive, propomos também que as crianças preparem, com o diálogo do texto, um teatro a ser apresentado na escola, no acampamento, assentamento... Incentivando também os educadores a trabalhar as artes para abordar temas, digamos, mais complexos.

Segue texto. Logo mais coloco o nosso Jornal das Crianças Sem Terrinha em PDF, com as ilustrações e tudo o mais, para quem tiver o interesse.

Um lugarzinho especial

Sob o teto de lona preta, as estrelas não param de brilhar. Dentro do barraco, a luz das velas ilumina o único cômodo. Estela, a mãe, está grávida de cinco meses. Marcos, o filho mais velho, com seis anos, admira a barriga da mãe como se fosse uma lua cheia, enquanto o pai, Mateus, esquenta um café. Em um salto, de repente, pergunta:
M - Mãe, por que papai nunca fica grávido?
Os grilos la foram se manifestam...cri, cri, cri.... Deixando ainda mais forte o silêncio de Estela que olha para o pai.
E – Filho, só a mamãe pode engravidar.
M – Por que?
E – Por que as mulheres têm um lugarzinho especial dentro delas, chamado útero, feito para guardar o bebê. Ele fica lá quentinho e crescendo, ficando forte, até chegar uma hora em que ele está grande demais para caber ali e aí...hora de nascer!
M – Mas se você faz tudo, por que o papai é pai?
E – Os homens colocam uma sementinha em um ovinho que a gente guarda neste lugar especial.
M –Entao nós somos umas plantinhas?? - pergunta quase rindo.
E – Sim, podemos dizer que sim. A mamãe é a terra e o papai o semeador.
M – Gostei! Quando eu for uma árvore grande e forte eu quero ser igual o papai. Trabalha o dia inteiro na roça e volta pra casa com o jantar preparado e tudo na casa limpinho!
E – Mas não é bem assim, querido. Nós dois dividimos as tarefas dentro de casa e fora também. A mamãe também vai pra roça, cuida dos animais, assim como o papai também cozinha e cuida da casa. É claro que não é em todo lugar que isso acontece...
M – Mas mãe, existem muitas diferenças entre vocês dois. Você tem peitos maiores e o papai é mais forte. Na escola também! As meninas vão brincar de casinha enquanto a gente vai jogar bola. E as coisas de menina são rosinha e as de menino são azul...
– Existem diferenças sim, mas as mulheres e os homens podem fazer o que quiserem. As meninas podem jogar futebol também, e vocês, meninos, podem usar outras cores que não azul. Podem usar, rosa, laranja...
M – Humm.... Legal! Então que dizer que mesmo com estas diferenças a gente é igual??
E – Sim. Devemos repeitar as nossas diferenças, respeitar um ao outro, mas não podemos dizer nunca que uma mulher não seja capaz de fazer alguma coisas e nem que o homem não pode cozinhar porque é coisa de mulher....
Marcos volta a admirar a barriga da mãe.
M – Se ela for menina, quero jogar futebol com ela então. Posso mamãe?
E –Claro!
Marcos foi dormir diferente aquela noite. Teve um sonho com muitas cores, bebês e futebol. Jogava em um time com a camisa rosa e ele era o número dez. No dia seguinte, propôs à turma um campeonato misto e ainda disse que a única coisa que ele não poderia fazer era ter bebês quando crescer, pois não tinha aquele tal lugarzinho especial. Depois de alguns meses, sua irmãzinha nasceu, ganhou o nome de Dandara. De qualquer forma, ainda gostava de imaginar o céu pintado de várias cores e as mulheres e homens sempre trabalhando juntos.