sábado, 27 de fevereiro de 2010

Faça Por Amor na Cooperifa

Na segunda-feira, dia 22, o clipe Faça Por Amor, produzido por mim e mais dois camaradas, juntamente, é claro, do Crônica Mendes, autor da música. Editei este vídeo como forma de socializar o acontecimento.
_____________



Depois da repercussão na internet, o clipe "Faça Por Amor" foi lançado oficialmente no Cinema na Laje, na Cooperifa, nesta última segunda (22). Nas grandes telas da periferia!

Muito bem acompanhado na apresentação do dia com o documentário Várzea - O futebol jogado na beira do coração, do estreante diretor Akins Kinte, o grupo “A Família” prestigiou mais uma noite iluminada no Zé Batidão. A lua de fato brilhou quando a chuva deu uma trégua. Quem vinha do centro, fazia um esforço para além do trânsito buscando chegar na hora e não perder o momento.

Para Crônica Mendes, “um clipe feito pela periferia, para a periferia, não poderia ter o lançamento feito em outro lugar que não na periferia. É preciso quebrar o estigma da centralização. As periferias estão fazendo arte da melhor qualidade e estão consumindo-as”.
A tod@s os presente, um muito obrigado. Cooperifa, é nóis que tá.

Para assistir o clipe clique AQUI.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Cão - horóscopo chinês

Os acordes marciais me convocaram
Para ouvir suas aflições
Para acalmar a sua dor.

Eu sou o defensor da justiça.
Igualdade, minha única amiga

Minha visão nunca é emperrada pela covardia.
Minha alma nunca é aprisionada.

Uma vida sem honra
é uma vida em vão.
Eu sou o cão.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

As palavras


Todo mundo as usa
Poucos as sabem usar.
Não é um diploma
Muito menos a escrita que determina,
Mas o compromisso.
Com ninguém, com todos, com as palavras.
Alguns não encaram nem a PALAVRA compromisso.
Pesa muito...
Como uma palavra.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Na luta fazendo poesia, na poesia fazendo luta.

Hoje me lembrei do grande amigo Charles. Lutador e poeta. Aqui vai uma nota que escrevi e foi publicada no Boletim do Kaos com uma poesia dele ainda em dezembro de 2009. Deliciem-se.
_________________________________


Quem disse que na luta não se faz poesia? E que na poesia não se luta? Charles Trocate, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, sempre encontra um tempo para pôr no papel seus escritos, mesmo em tempos mais acirrados na luta pela terra.

No dia 06 de novembro, ele teve seu mandato de prisão expedido. As acusações são sempre as mesmas... Mas muito nos alegra receber notícias suas em doze de novembro, quando ele enviou mais uma bela poesia.

Charles é paraense. Tem em seu coração e alma a cultura amazonense. Nasceu na beira do rio Apéu, Castanhal e começou a militar muito cedo quando entrou no MST em 1986. Escreveu em 2002 o livro Poemas de Barricada e em 2007 lançou os dois livros de poesias Ato Primavera e Bernardo, poemas de combate! Hoje, com 29 anos não dá trégua. Luta, escreve, ama.


PARA QUEM QUISER...
Se é agosto
A concepção vai torta
Tudo anda avesso e daí?
Quem governa não sabe de mim,
Nem dos camaradas afáveis.
Mas meu amor
É um plano invicto e tem dorso
Beija a outra margem do sol,
É um ato sem nome
[perambulando!
A vida não é apenas isso.
Mas o que fazer se a política endoideceu as palavras
Não sabe nada de coisas passadas.
O que torno dizer
É indivisível
Não pode ser paradoxal
A geografia de tudo não cabe
[no coração.
Se me escapo
O riso é de pura aventura
O fio da razão seqüela ainda mais a imperfeição,
O que fazer?
Entre o fervo
E a palavra toda aflição
Que a lucidez implora.
Não há consenso
A pedra é pedra e fura o desespero
É inútil tanto palácio!
Meu silêncio tem um estômago
Confronta sem amizade,
Seu equilíbrio
É música que danço sem
[fim!
Nessa distância
Só posso me inventar.
O medo tem sua estratégia
Arrogante se joga no ar!
Aqui entre as rugas do poder
Só há destinos tímidos
Fantasmas letrados?
Pelas ruas de mim
Não passará o hipócrita!
O cuscuz das horas beira a
[intimidade
Resmunga
Um sabor de tão futuro,
O que querem vocês com os muros?
Se o mundo é pequeno saio de dentro dele, e daí?
A luta como meio
O poema como fim!
A carícia é apenas slogan.
Em todos os cantos
O cartaz do passado devora e etc...
E o olhar deixou de ser
A fronteira da dor.
Quem quer essas rimas, quase infames?
Só peço, meu sobrenome
Não é panfleto
Seu uso é apenas da classe.
Quem é mesmo esse obeso Hiroshi?
A fala não entende nada de mim
O superficial já esgotou-se
Tem bolso
O delírio que se faz assim?
Entendam, o mapa quer outro mapa.
Mesmo uma felicidade!
E os lobos, mil estepes
Como não quer o covarde.
Como sangra
O presente e seus bajuladores!
A ordem, sinto muito...
Ficará sem meu amém!
A luta como meio
O poema como fim!
A carícia é apenas slogan.
Charles Trocate
Novembro de 2.009
De algum lugar desse país, de notícia de jornal.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Um conto


Quando eu olho para o mundo eu conto,
Mas queria muito cantar
para amenizar a minha dor, quem sabe?
Quando eu conto, eu me expresso
E para contar, tenho que ouvir muito
E a dor me invade
A dor dos outros
que é também minha
e deveria ser de todos.

Utopia? Estudei muito para entender isso
Mas por mais que eu estude nunca entenderei o homem
e as coisas que ele fez e faz
Continuo estudando
Para entender o mundo, feito por homens
E sigo na filosofia.
Para também fazer neste mundo.
E em mim.

"Não basta compreender o mundo, é preciso transformá-lo". Karl Marx